quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Isto tá uma crise

Tenho 24 e encontro-me a terminar a minha licenciatura, desde os 18 que trabalho em part-time num supermercado (sextas e sábados), ou seja, à 6 anos que apenas tenho 1 dia de folga, que é o domingo, que mesmo esse é-me retirado em épocas de exames, ou trabalhos.
Mas, hoje o que eu quero dizer, é o que mais de meio milhão de pessoas pensam; referindo-me aos estudantes, que é o cortar de um sonho, o cortar de um futuro.
Tamos a acabar a licenciatura, e trabalho? pois é, não há... ou se há não nos é pago com justiça, salvo algumas excepções. Antigamente (e não quer dizer que seja do meu tempo) ter um canudo, era bom emprego e fixo pela certa e agora? é nada, pois muitos licenciados mantéem-se atrás de uma caixa de supermercado, ou em call centers a ganhar o mínimo e é para isto os imensos incentivos que nos dão a prosseguir os nossos estudos?
Devido à crise e á falta de emprego, muitos estudantes vêem o seu sonho de ser licenciados deitado por água abaixo pois não tem possibilidades de pagar as absurdas quantias de proprinas que são exigidas, os que ainda se conseguem manter à tona, e chegam a este patamar de acabar a licenciatura, ou emigram ou alguns ainda tiram mestrado... pois é amigos, mas o problema tá aqui, quantos e quantos estudantes tiram licenciatura e mestrado e chegam ao mundo do trabalho e vêem a vida a andar para trás pois a procura exige experiência???? mas será que ninguém entende que estudar também ocupa tempo??? e que também tem direito a trabalhar quem acabou os estudos?... enfim..
E já que estamos a falar em trabalho ( algo raro em Portugal) peço que pensem num assunto... quando estamos no secundário e é nos ensinado a fazer um curriculum vitae, dizem que devemos inserir tudo o que já fizemos, onde estudamos, as nossas capacidades, enfimmm TUDO!!! Para quê???? se repararem bem, agora a pessoa que entregar ou enviar um curriculum bastante preenchido, não é chamada nem dão oportunidade de a conhecer ao invés de outras que o curriculum é reduzido e poderão ser rapidamente admitidas... então mas querem experiência para quê???? não me digam que isto agora é como nas receitas dos bolos, tem que ser experiência q.b.( quanto baste)
Como é notório, a raiva e frustração já começa a andar entranhado, em todos os portugueses... e agora pessoas como eu, como 24 anos olham para o futuro de uma maneira que já não aconteciam à mais ou menos 30 anos... ou seja, emigração... Srs. políticos, acham mesmo que queremos ir trabalhar para fora???? acham mesmo que pretendemos passar os nossos dias a falar outra língua??? acham mesmo que é de livre e espontânea vontade que queremos deixar os nossos pais, irmãos, amigos e alguns namorado(a) e partir assim....????
Pois é, não queremos mas tal como disse anteriormente tamos a voltar à 30 anos atrás onde os portugueses andavam espalhados pelo mundo... Sei que será esse o meu futuro, sei que assim não irei contribuir para que este país saia da crise, mas estão à espera de quê???
   Que continue a trabalhar num supermercado, que devido à crise não me irá dar mais que 16h semanais, procurar emprego e sujeitar-me a colocações fora da minha área ( isto com sorte), a dar 18% do que ganho sabe-se lá para o quê a evitar ter filhos, pois não terei condições para os criar e chegar aos 50 e dizer eu sou patriota, eu fiquei cá, mesmo continuando sem um tostão no bolso e sem comida na mesa...

Esqueçam, enquanto as pessoas não soltarem a voz dentro de si, isto não vai mudar... há várias medidas que até poderiam ser implantadas, mas a vocês Srs. políticos interessa-vos???? vocês saem do trabalho tem um BMW, chegam a casa a comida tá pronta e a cheirar bem, a roupa é do melhor, viagens não vos falta, os filhos tão nos melhores colégios... esqueçam enquanto não sentirem na pele o que é estar deste lado, nunca irão conseguir ter medidas para fazer o barco andar... Já dizia os antepassados... só se sabe salvar quem está em aflição debaixo da água...

Com 18% a dar por mês reduzem ainda mais o ordenado minimo se pensarem bem... e que tal estabelecerem um ordenado máximo, um limite de orçamento, porque é inconcebivel, deputados com 5 a 8 trabalhos sendo que nalguns deles nem aparecem e a ganhar quantias exurbitantes...

AFOGUEM-SE PARA SE PUDEREM SALVAR!!!!

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